As gárgulas, na arquitetura, são desaguadouros,
ou seja, são a parte saliente das calhas de telhados que se destina a escoar águas pluviais a certa distância da parede e que,
especialmente na Idade
Média, eram ornadas com figuras monstruosas, humanas ou animalescas,
comumente presentes na arquitetura gótica. O termo se origina
do francês
gargouille, originado de gargalo ou garganta, em Latim gurgulio, gula. Palavras similares derivam
da raiz gar, engolir, a palavra representando o gorgulhante som da água;
em italiano: doccione; alemão: Ausguss, Wasserspeier.
Acredita-se que as gárgulas eram colocadas nas Catedrais Medievais para indicar que o demônio nunca dormia, exigindo a vigilância contínua das pessoas, mesmo nos locais sagrados.
Uma quimera, ou uma figura grotesca, é um tipo de escultura
similar que não funciona como desaguadouros e serve apenas para funções
artísticas e ornamentais. Elas também são popularmente conhecidas como gárgulas.
O termo gárgula é
majoritariamente aplicado ao trabalho medieval, mas através das épocas alguns
significados de escoar a água do telhado, quando não conduzidos por goteiras,
foram adotados. No antigo
Egito, as gárgulas escoavam a água usada para lavar os vasos sagrados, o que
aparentemente precisava ser feito no telhado plano dos templos. Nos templos gregos,
a água dos telhados passava através da boca de leões os quais eram esculpidos ou
modelados em mármore ou terracota na cornija. Em Pompeia, muitas gárgulas de terracota que foram
encontradas eram modeladas na forma de animais.
Uma lenda francesa gira em torno do nome de São Romano (+ 641
D.C), primeiro chanceler do rei merovíngio Clotário II, que foi feito bispo de Ruão. A história relata como ele e mais um
prisioneiro voluntário derrotaram "Gárgula", (La Gargouille), um dragão-do-rio (ou serpente-do-rio) que vivia nos
pântanos da margem esquerda no rio Sena, em Ruão, e que afundava os barcos e comia as pessoas e
os animais da região. Um dia, o bispo atraiu a Gárgula para fora do rio com um
crucifixo, e usando seu lenço como
cabresto, levou o monstro até à praça principal. Lá, os aldeões a queimaram até
a morte.
Apesar da maioria ser figuras grotescas, o termo gárgula inclui todo o tipo de imagem. Algumas gárgulas são esculpidas como monges, outras combinando animais reais e pessoas, e muitas são cômicas.
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